Morre criança de 4 anos que foi envenenada no Piauí; 5ª vítima da mesma família
A menina estava internada no HUT e não resistiu às complicações do grave quadro de saúde
Maria Gabriela Lopes Silva, a criança de 4 anos vítima de envenenamento após consumir arroz que foi preparado por um familiar em Parnaíba, faleceu na noite dessa terça-feira (21) no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). A informação foi confirmada ao A10+ pela unidade de saúde, nesta quarta-feira (22). A menina deu entrada na UTI pediátrica no dia 03 de janeiro, onde estava internada. Ela é a 5ª vítima do caso de envenenamento que destruiu toda uma família no Piauí.
O hospital não deu detalhes sobre as complicações no caso da menina. Ela é irmã dos pequenos Igno Davi Silva, Lauane Fontenele, João Miguel e Ulisses Gabriel. Toda a família foi novamente vítima de um caso de envenenamento no dia 1 de janeiro de 2025. O veneno, segundo laudo, estava no arroz que foi preparado para a virada do ano.
“Eu ficava todo tempo na minha cama, sentada lendo a bíblia e orava. Evitada ficar no meio dos outros que ficavam me criticando. Ficava todo tempo no meu canto com medo delas fazerem alguma coisa comigo, pois não acreditavam na minha palavra. Eu não aguentava mais estar ali. Fiquei com muito medo. Ela ficavam dizendo que não gostavam de quem maltratava criança, que matava criança; que uma pessoa dessa merecia apanhar e até morrer. Isso eu ouvia muito", narrou.
Lucélia Maria relatou que foi muito triste o que viveu e nunca passou por sua cabeça um cenário desses. Ela conta que chorou ao ver o registro de sua residência incendiada. Ela morava em uma área de risco em Parnaíba e ganhou o imóvel em 2015.
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Seguindo uma cronologia dos fatos, Francisco teria sido o último a dormir quando finalizada a festa de Réveillon realizada pela família na madrugada do dia 1º de janeiro de 2025. No dia seguinte, conforme a polícia e relatos de outra enteada do suspeito, ele teria insistido para que fosse reutilizado o arroz, que havia sobrado da confraternização familiar. Ninguém relatou a presença de pessoas estranhas nesse período até a refeição do almoço.
"O alimento permaneceu em uma panela. A filha da dona Maria dos Aflitos, relatou que, a pedido do Francisco de Assis, ele insistiu para que fosse usado o mesmo arroz. Ele insistiu que ela fizesse o requentamento para o almoço. Ela tirou da primeira panela, colocou em outra, mexeu, acrescentou água, e requentou. A segunda panela não foi encontrada. Mas na primeira panela foi encontrado o veneno (Terbufos)", relatou o delegado Abimael Silva durante coletiva de imprensa.
O veneno também foi encontrado, de acordo com laudos do Instituto de Criminalista, no corpo de uma das vítimas e em um dos pratos da residência.
Colecionador de livros sobre o Nazismo em baú e casa exclusiva
Segundo a polícia, com as investigações, foi descoberto que Francisco tinha um baú fechado com chave, que ele carregava em um colar, e uma residência que era de uso exclusivo dele, apenas ele tinha acesso aos locais.
"Ele tinha um baú do lado do fogão fechado no cadeado. Ninguém tinha acesso. O único lugar da casa possível para esconder uma coisa que ninguém saberia. Ele usava um colar com chave para ninguém ter acesso a esse baú, ele mesmo relata isso", afirmou o delegado.
Nos dois locais, as equipes encontraram revistas sobre o Nazismo, Racismo, e outros temas. "Foram três livros, material tanto físico quanto digital sobre a questão do Nazismo. A perícia já fez a coleta, tem material escrito, para ser analisado e a gente chegar a motivação e personalidade da pessoa. Estamos diante de uma psicopatia criminal, e ele diz que não é nazista", destacou o delegado Willames Pinheiro.